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Viajar é sentir as diferenças entre culturas e reconhecer os valores de cada uma, por muito díspares que sejam; é sentir a enorme riqueza que a diversidade cultural e étnica dá à humanidade. Viajar é pairar e vaguear no meio de outras culturas e gentes, evitando locais onde o turista ofensivamente opulento e “caridoso” ensinou a mendicidade às crianças, promoveu o furto nos adolescentes e corrompeu a genuinidade dos adultos.

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A mítica Estrada Nacional Nº 2



EN-2




Do Km 0 em Chaves ao Km 737 em Faro





Breve História da EN-2



De todas as estradas de Portugal há uma com uma mística e algo de lendário que a distingue das outras, e a quem foi dado o nome de Estrada Nacional nº2. Foi Projetada como ligação entre Chaves e Faro num percurso vertiginoso pela espinha dorsal do país sendo a estrada nacional mais extensa de Portugal e a única que o atravessa de lés a lés.

É difícil encontrarmos a história da Estrada Nacional 2 já que muito pouco ou quase nada se encontra escrito sobre ela. Foi Estrada Real nos finais do séc. XIX, em 1884 era a Estrada Distrital nº 128 e o seu percurso ia de Faro a Castro Verde, em 1910 era a Estrada Nacional nº 17 e o seu percurso já ia de Faro a Beja, posteriormente foi a Estrada Nacional nº 19-1ª, assumindo definitivamente o título de Estrada Nacional 2 em 1944. Nos troços do Alentejo e Algarve dominou o piso de terra e empedrado até aos anos 1930 altura em que o alcatrão veio substituir os antigos pisos. O troço do Alentejo entre Odivelas e Torrão manteve até o piso empedrado até 2010 altura em que ganhou um tapete betuminoso.
A estrada Nacional 2 pode-se considerar o equivalente Português da Route 66 nos EUA, mas à escala de Portugal dadas as nossas reduzidas dimensões, não temos o Middle West, mas este pode ser substituído por Trás-os-Montes em que as pontes não atravessam o Mississipi mas sim rios como o Douro e o seu vale, património da humanidade, e em que os motéis de estrada característicos da Route 66, dão lugar a uma qualquer casa de pasto com dormidas no 1º andar, mas é no capitulo gastronómico que a nossa EN-2 ganha, pois os hambúrgueres e os hot dogs da Route 66 dão lugar aqui à mais rica gastronomia do interior do nosso país desde Trás os Montes ao Algarve passando pelas Beiras e Alentejo.
A Estrada Nacional nº 2 atravessa Portugal de cima abaixo como uma verdadeira espinha dorsal que o foi, tem o seu início no Km 0 em Chaves bem lá no norte do país junto a Espanha, e termina no Km 737 na cidade Faro junto ao oceano Atlântico, depois de ter serpenteado por montes e vales perdidos do interior dum país esquecido pelo progresso e pelas auto estradas ou itinerários principais.
A estrada Nacional nº 2 marcou uma época e fez parte da história dessa época tem por isso muitas histórias por contar, o troço abrangendo o itinerário que liga Almodôvar a São Brás de Alportel foi classificado em 2003 como Estrada Património, como reconhecimento pelo valor desta via e pelo riquíssimo património que a envolve. Pena é que este troço ou toda a sua estrada na íntegra não sejam divulgadas e aproveitadas para fins turísticos que poderiam revitalizar muitas das zonas que os 737 km atravessam no seu épico percurso que cruza onze distritos Vila Real, Viseu, Coimbra, Leiria, Castelo Branco, Santarém, Portalegre, Évora, Setúbal, Beja e Faro.

Preparação da Viagem

Esta Estrada há alguns anos que me fascinava, fui reunindo e compilando a pouca informação que arranjava, consultando mapas e fazendo pesquisa sobre os locais que passava pois queria absorver o máximo possível dos locais a passar, já que agarrar num mapa ou GPS e fazer apenas os 737 km da EN-2 de forma rápida não estava nos meus objetivos, sou do Algarve mas não queria começar no inverso ou suja fazer a EN-2 de Sul para Norte, mas sim começar no Km 0 em Chaves e terminar em Faro no Km 737, dai que como tinha de ir até Chaves desde o Algarve desenhei um outro percurso todo também pelo interior para chegar a Chaves onde não pisei nenhuma autoestrada ou itinerário principal o que foi outra experiencia muita interessante culturalmente.
Dependendo do que se pretende o percurso da EN-2 pode ser feito desde em 2 dias no mínimo, e até uma semana ou mais, em 2 dias para quem apenas quer rolar pelos 737 km e a partir daqui pelo programa feito à medida daquilo que queremos fazer da viagem, no meu caso a opção foram 7 dias, sendo que um deles foi para fazer uma pausa em Góis para efetuar um percurso pelas aldeias da serra do Açor.
Em finais de Agosto de 2011, fiz-me à estrada e efetuei o percurso em 6 etapas mais uma de pausa, divididas da seguinte forma:

1ª Etapa 89 km Chaves – Peso da Régua

2ª Etapa 190 km (1º dia) Peso da Régua – Góis

                             (2ª dia) Góis - Serra do Açor - Góis (percurso extra e local)

3ª Etapa 50 km Góis – Pedrogão Pequeno

4ª Etapa 102 km Pedrógão Pequeno – Ponte de Sor

5º Etapa 210 km Ponte de Sor – Castro Verde

6ª Etapa 96 km Castro Verde – Faro

Total 737 km de Estrada N2 aos quais acrescentam mais 324 km em percursos citadinos, desvios para visitas locais e nas aldeias da Serra do Açor, o que totaliza desde Chaves a Faro 1061 km.
Para cruzar o país pelo interior para chegar a Chaves foram percorridos mais 1225 km o que totaliza a viagem completa em 2286 km, gastei mais 6 dias pelo interior do país num percurso por Évora, Cabeço de Vide, Crato, Nisa, Vila Velha de Rodão, Sarnadas, Idanha-a-Velha, Monsanto, Penamacor, Guarda, Trancoso, Penedono, Marialva, Castelo Rodrigo, Barca de Alva, Miranda do Douro e restante percurso até Chaves efetuado por Espanha. Este percurso daria mais um Blogue e a totalidade da ida e volta a Chaves sempre por montes e vales é sem dúvida uma viagem épica.

Como ferramentas de programação e viagem utilizei:

Google Earth – Para obter coordenadas GPS de alguns pontos dos percursos

Via Michelin uma ferramenta online muito boa para programar e fazer cálculos de vinagens http://www.viamichelin.pt/web/itinerarios
TakeMaps uma ferramenta online muito útil que permite ampliar e imprimir todos os mapas www.takemaps.com/pt/mapa_de_portugal_pt.php
GPS TomTom one Europa 3rd Edition – para os percursos diários

Toda a informação recolhida incluindo mapas ampliados e pormenorizados foi impressa e deu origem a um Road Book com 98 páginas para o percurso da EN-2 onde para alem das informações dos locais a passar e visitar constava ainda etapa a etapa todas as distancias quilométricas entre todas as localidades a passar bem como o calculo do tempo necessário para o fazer, localização de estações de serviço de marca branca para uma boa economia no preço do combustível, informação e contatos de locais de dormida.
A viatura utilizada na viagem foi um Seat Cordoba com 16 anos, 200 000 km, e um curriculum recheado de viagens sempre com final feliz.
Os locais de dormida ao longo da EN 2,foram residenciais de estrada onde para além de os preços serem mais económicos, alimenta o misticismo de viagens de estrada e nomeadamente o da EN-2.

Blogues aos quais agradeço as dicas publicadas que foram importantes param a viagem:

http://marafado.wordpress.com/2010/02/25/a-estrada-nacional-2/
http://desenhosdodia.blogspot.com/2009_12_01_archive.html
http://motosedestinos.forumeiros.com/t962-pela-estrada-nacional-2/

http://namastibet.blogspot.com
Não só um Blogue de alguém que fez a EN-2 de Bicicleta, mas também de quem pedala por esse mundo fora
Mapa do percurso e etapas

Algumas imagens da EN-2 podem ser vistas no youtube

https://youtu.be/IDVJoCZ3W6E
http://youtu.be/48oAMdIeIFE


Cidade de Chaves o km 0 da EN-2
Tudo começa em Chaves, mas antes da partida impõe-se uma visita obrigatória aos seus lugares de interesse.Cidade de muitos e bonitos jardins bem tratados, de um centro medieval de ruas estritas com típicas varandas de madeira, de igrejas,termas e a bica termal no parque do hotel termal que jorra àgua a 70ª, fortes, castelos e museus de entre outras coisas.
A cidade de Chaves, pertence ao distrito de Vila Real, e situa-se num vale, junto ao Rio Tâmega. Desde tempos remotos foi povoada por Visigodos, Mouros e Romanos cujo imperador Flávio Vespasiano a apelidou de “Aquae Flaviae”, reconhecendo a qualidade das nascentes termais, com propriedades curativas, sendo mesmo as mais quentes da Europa (cerca de 73ºC). Com um interessante Centro Histórico onde se respira um ambiente medieval Chaves apresenta inúmeros pontos interessantes.


Ponte Romana: A ponte romana sobre o Rio Tâmega é o legado mais importante do império a “Aquae Flaviae”. Foi concluída no tempo do Imperador Trajano, entre o fim do século I e o principio do século II d.C.. É uma obra notável de engenharia, com cerca de 150 metros de comprimento. Os 12 arcos visíveis são de volta perfeita e formados por enormes e robustas aduelas de granito. No entanto, há pelo menos mais seis arcos soterrados pelas construções, de um lado e do outro do rio. A meio da ponte foram implantadas duas colunas, que não faziam parte do conjunto original e que são cópias das inscrições romanas. Esta ponte é o mais característico ex-libris de Chaves.



Centro Hístórico




Bairro Medieval: Na idade Média, a Vila de Chaves estava cercada de muralhas intransponíveis. No seu interior, a população alojava-se em casas pequenas, de vários pisos, aproveitando, assim, o espaço existente. As ruas eram muito estreitas, de que é exemplo a Rua Direita. Para rentabilizar o escasso espaço intramuros, era habitual a construção de varandas nos andares superiores avançadas sobre a rua. Muitas dessas varandas, de castanho ou de pinho, subsistem ainda, fazendo dela uma rua típica e pitoresca, de visita imprescindível. Embora em menor quantidade, há varandas em todas as zonas antigas da cidade.
Depois vamos à procura do marco do km 0, é fácil está numa rotunda ali ao lado do jardim público, e tem as seguintes coordenadas: 41º 44' 12. 24''N 7º 27' 53. 77''



1º Etapa 89 km Chaves – Peso da Régua

 
Percurso: Chaves, Vidago, Vila Pouca de Aguiar, Vila Real e Santa Marta de Penaguião e Peso da Régua
Aqui começa a odisseia, nesta rotunda e seguindo as placas de direção Vila Real, nada a fazer relevância á mais antiga e histórica estrada portuguesa










Vidago
Vidago, primeira paragem. Mesmo ao lado da EN-2 a velha estação de comboios do Vidago, completamente ao abandono, qual cenário de uma cidade fantasma leva-nos a imaginar o glamour de outros tempos quando as estâncias termais arrastavam muitas pessoas para estas paragens.
Esta linha foi inaugurada em 1910 com as locomotivas a vapor que se mantiveram até 1978, sendo nessa altura substituídas pelas diesel, até ao fecho da linha em 1990.
É bom lembrar que o turismo termal foi pioneiro na atividade turística mundial. Ir às termas é hoje coisa do passado, facilmente associamos essa palavra a pessoas com doenças, hoje está na moda os Spas e o Vidago Palace não foge á regra. O centenário Parque do Vidago, 15 km a sul de Chaves, ocupa 40 hectares de mata, com imponentes cedros, plátanos, pinheiros e azevinhos. Os edifícios das fontes termais, o Vidago Palace Hotel, assim como o antigo balneário termal, hoje convertido num moderno centro de congressos, são exemplos interessantes da arquitetura termal de finais do séc. XIX e princípios do seguinte. Além das nascentes termais, a água está presente em fontes e lagos. Inaugurado em 1936, o que faz dele o terceiro mais antigo de Portugal.

Vila Real
Vila Real, capital do Distrito de Vila Real, na Região Norte e considerada a capital da região de Trás-os-Montes e Alto Douro foi também paragem obrigatória para rever mais uma vez esta cidade cujo centro tem muitos edifícios interessantes de ver e rever, e onde o solar do Palácio de Mateus retratado nos rótulos do famoso vinho Mateus rosé é como que a casa de visitas da cidade. Construído no século XVIII, o edifício apresenta uma impressionante fachada barroca e pináculos ornamentados no telhado. Os jardins bem cuidados integram estátuas elegantes e um maravilhoso lago diante do palácio.




O Pelourinho de Vila Real terá sido edificado em 1515, mas o atual pelourinho só possui do original a coluna octogonal enquanto o resto é uma cópia do original, que terá sido destruído.

Descida desde Vila Real até Peso da Régua


A Nacional 2 entre Vila Real e Peso da Régua, na passagem pela ponte do rio Sordo, com uma sucessão de curvas de excelente prazer de condução

Paisagens agrícolas e vinhas a perder de vista sempre com o verde da presente no olhar




Primeiros vestígios de um passado não muito distante, uma velha casa de cantoneiros da extinta Junta Autonomaa das Estradas, patimónio público que marcou uma época, nomeadamente a história desta estrada e está ali ao abandono.


O Fabuloso  vale do Douro património da humanidade, que a EN-2 atravessa nesta descida desde Vila Real até Peso da Régua, é indiscritível a beleza deste percurso serpenteando por entre os socalcos das vinhas do Douro este é sem duvidas o ponto forte desta 1ª etapa.
O marco do km 89 assinala a chegada a Peso da Régua


As paisagens naturais da região são, lindíssimas e especiais, estando o Alto Douro classificado pela UNESCO como Património da Humanidade, provendo panoramas espetaculares tanto observados do próprio Rio Douro, ou no alto, nos muitos miradouros da zona, destacando-se o de São Leonardo e o de Santo António do Loureiro.
A velha ponte da estrada EN-2 e a da auto-estrada a lhe fazer sombra no plano superior


Peso da Régua, é uma cidade situada na região de Trás-os-Montes, junto ao Rio Douro, conhecida por ser a capital da região demarcada que produz o célebre vinho do Porto. Era daqui que partiam os típicos barcos rabelos, de madeira, que desciam o rio Douro para transportar os barris de vinho até Vila Nova de Gaia, onde o vinho envelhecia nas caves.



Da riqueza patrimonial do concelho destacam-se as muitas casas senhoriais, pequenos palacetes e grandes quintas rurais dos “senhores do vinho”, muitas delas abertas ao público, demonstrando a riqueza que esta produção trouxe à terra, mas também outros monumentos, como a Igreja Matriz de S. Faustino, construída no local onde outrora existiu a capela do Espírito Santo, a Capela do Senhor do Cruzeiro do século XVIII, a Igreja do Asilo Vasques Osório, as Capelas do Espírito Santo, a de Nossa Senhora do Desterro, a de São João ou a de Nossa Senhora da Boa Morte, entre tantos outros.

Panorâmica do Douro desde a residencial Columbano, o local de pernoita em Peso da Régua

2ª Etapa  Peso da Régua  -  Góis  190 km

Percurso: Peso da Régua, Lamego, Castro Daire, Lordosa, Viseu, Tondela, Santa Comba Dão, Penacova, Vila Nova de Poiares, Vila Nova do Ceira, Góis.

De salientar que não houve que madrugar para cumprir etapas, já que as mesmas foram desenhadas para serem feitas com toda a calma, chegando também cedo aos destinos muito antes do final do dia, para um bom aproveitamento de todo o percurso. O tempo é que não colaborou e os aguaceiros de verão apareceram, mas sem nunca terem prejudicado algo de relevante.
Aqui deixamos para trás o distrito de Vila Real e entramos no distrito de Viseu o 2º de entre os onze que cruzamos nesta viagem.

Passagem pelo marco do km 100 quase tapado pela vegetação, ali na saída da vila de Sande, quase às portas de Lamego.
LAMEGO
A entrada em Lamego faz-se pela Avenida Dom Afonso Henriques até ao largo da Sé e a saída pela Rua Alexandre Herculano, para se retomar a EN-2 seguindo as indicações de “Mata dos Remédios”. A velha EN-2 normalmente quando atravessa cidades perde a sua identidade e toma nomes de rua, a prévia consulta de mapas é indicado, já que nem sempre o GPS nos guia exclusivamente para a EN-2.

Ao km 102 da EN-2 passamos por Lamego e vale pena ver ou rever
Lamego é uma cidade do Distrito de Viseu, sendo a segunda maior cidade do distrito, está situada na margem sul do rio Douro. Considerada uma cidade histórica e monumental, pois possui uma grande quantidade de monumentos, igrejas e casas brasonadas. O edifício do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios em Lamego é uma construção em estilo barroco toda trabalhada em granito, todos os adornos, tão elegantemente refinados no granito, são admiráveis. A parte frontal do Santuário é a parte mais admirável de todo o edifício, fascinando todos os que a admiram.
Após a saída de Lamego seguimos direção a Castro Daire passando por Penude, Bigorne e Colo do Pito

Vestígios que ainda persistem dos antigos rails de proteção




Passagem pelo cruzamento de Colo do Pito, uma aldeia da freguesia das Monteiras no concelho de Castro Daire.
Colo do Pito um nome pouco convencional para uma localidade, mas apenas um entre os muitos com que nos cruzamos, pois pouco passamos por Mangueija.
Colo de Pito tem a origem do seu nome, ao que parece, no Latim, como a maioria das palavras da nossa Língua.Os romanos, que invadiram e colonizaram a Península Ibérica, acharam tão belo e aprazível o lugar, que lhe chamaram “Colum Pictum” (Colina Pintada), de onde derivou o atual nome “Colo de Pito”

As velhas Zundapp, Sachs e Casal que noutros tempos fizeram furor e que fazem parte integrante da história motorizada de Portugal e de uma época, ainda são muito visíveis nestas estradas secundárias, deixando atrás de si um rasto de fumo característico de motores a dois tempos.

Passagem pela zona serrana de Castro Dairo, a sinalização diz-nos que a EN-2 ali, e no inverno não é pera doce.

                                                                    Castro Daire

A entrada em Castro Daire faz-se pela Avenida Humberto Delgado, e sai pela Avenida 5 de Outubro, depois de cruzarmos a ponte do rio Paiva, viramos á esquerda em direção a termas do Carvalhal.
Sabe-se que em Castro Daire habitaram romanos devido ao aparecimento de documentos epigráficos. Havia várias pontes romanas, entre elas, a Ponte Pedrinha, demolida em 1877 construindo-se a que ainda hoje possui a mesma designação e onde se encontrou uma lápide podendo data-la da altura do imperador Caio Júlio César.No que diz respeito ao património arquitetónicos edificado na freguesia evidenciam-se insígnias de um passado aristocrático, nomeadamente, a casa dos Fidalgos da Cerca, do século XVIII, que é referenciada por Camilo Castelo Branco no "Amor de Perdição", e a Casa brasonada dos Aguilares.
                                                              Termas do Carvalhal
As Termas do Carvalhal estão situadas no limite norte da Beira Alta, distrito de Viseu, concelho de Castro Daire, no meio das bacias hidrográficas do Vouga e do Paiva, enquadradas pelas serras de Montemuro e de Arada.Dotadas de um moderno balneário, parque de campismo, piscina, campo de ténis, e parque de merendas, as suas águas são procuradas para doenças de pele, do aparelho digestivo e respiratório, reumáticas e são uma óptima estância de repouso, é a beleza da montanha de mãos dadas com a saúde


Passagem pelo Km 150 na zona de Vilar do Monte, a 20 km de Viseu, aqui a EN-2 segue quase sempre paralela á A-24, mas serpenteando montes e vales. A paisagem é bonita o sossego muito, transito raramente

Passagem por cima da A24 que liga Viseu a Vila Verde da Raia, na fronteira com Espanha junto a Chaves numa distância de 160 km
Viseu
A entrada em Viseu faz-se por Abraveses, aqui termina a EN-2 e o seguinte percurso é necessário para ultrapassar Viseu: Na rotunda de Abraveses, seguir em frente até á próxima rotunda e ai virar á esquerda para a Avenida da Europa, depois no final e após se passar três rotundas entramos sempre em frente na rua Almirante Afonso Cerqueira e 500 metros depois estamos no Rossio, local excelente para se estacionar e fazer uma imprescindivel visita ao centro histórico de Viseu até porque são horas de almoço e a gastronomia de viseu faz abrir o apetide.
Viseu possui igualmente um importante Património aos mais variados níveis. O seu exemplo maior é a Sé de Viseu, no seu estilo gótico, foi erguida entre os séculos XIII-XIV, aqui está instalado o Museu de Arte Sacra, estando classificada como Monumento Nacional. O Largo da Sé é uma das artérias do centro histórico desta bonita cidade, abrindo caminho a um agradável passeio pelas sinuosas ruelas que escondem riquezas a cada esquina.
Muitos outros monumentos são dignos de registo em Viseu, como a Igreja da Misericórdia, em estilo rocócó, a Porta do Soar de Cima, aberta na cerca afonsina do século XV, ou o importante museu Grão Vasco, não esquecendo o importante Solar do Vinho do Dão.
Acrescenta-se à riqueza da região a excelência da sua gastronomia, destacando-se o famoso Caldo Verde, os pratos de Vitela, o Arroz de Carqueja, Lampreia, Pato, Bacalhau assado com batata à murro e os tradicionais Enchidos da Beira, bem como o Queijo da Serra acompanhado do ingrediente-base da mesa Portuguesa: o Pão.
Uma volta por Viseu para ver e rever


Situada num dos extremos da praça da Sé de Viseu, a monumental Igreja da Misericórdia é uma construção da segunda metade do século XVIII, cujas obras tiveram início no ano de 1775, marcada por uma linguagem arquitetónica rocaille.

A Porta dos Cavaleiros faz parte da antiga Muralha da cidade de Viseu, esta fortificação muito antiga localiza-se em posição dominante sobre uma colina na confluência do rio Pavia com o rio Dão.
Jardim das mães, este bem tratado e ajardinado espaço que recebe o toque afetuoso de um menino que dorme no colo de sua mãe, num bronze do artista Oliveira Ferreira homenageando desta forma a terra de sua mãe. Este jardim fica situado junto á Praça da República ou como é mais conhecido, como “Rossio” no centro da cidade de Viseu.


 Este painel de azulejos retrata trajes típicos da região, personagens e cenas da vida quotidiana tradicional, bem como 5 representações de uma torre de um castelo e está situado na Praça da República conhecida como “Rossio”

A saída de Viseu a partir do Rossio faz-se pela Avenida 25 de Abril, passamos a primeira rotunda e sempre em frente entramos na avenida do Regimento de Infantaria 14. Passamos por um local chamado Repeses e na sexta rotunda a partir de Repeses, viramos á direita um pouco antes de Vila Chã de Sá, passamos por um local chamado Fail, do Rossio até aqui são 9 km, mais 3 km à frente estamos no que pouco que resta da EN-2 aqui em Viseu, para continuar é seguir as direções de São Miguel do Outeiro, Sabugosa, Canas de Santa Maria e Tondela.
Este é o troço mais confuso e sem informação até porque troços desta estrada têm simultaneamente nomes de ruas ou de estradas municipais.
A propósito de Fail e Vila Châ de Sá e das informações sobre a EN-2 depois Viseu e as dificuldades em a encontrar a seguinte notícia do Jornal de Noticias de 13-11-2006 ajuda a compreender o estropo feito a esta lendária estrada em alguns concelhos que ela tão bem serviu noutras épocas.
População contesta fecho da estrada que liga EN2 a Fail
Moradores de Vila Chã de Sá subscreveram um abaixo-assinado, com dezenas de assinaturas, a contestar o encerramento ao trânsito do acesso, a uma parte da freguesia, feito através da via que liga a Estrada Nacional 2 (EN12) a Fail. O facto de a empresa Estradas de Portugal (EP) estar a construir uma ligação alternativa, não os convence."Teremos de dar uma volta muito grande para chegarmos às nossas casas", criticou uma moradora. "Dizem-nos que a nova estrada é mais segura. Até pode ser. Mas como a ligação atual vai perder movimento, a segurança não é argumento", acrescentou.O presidente da Junta de Freguesia de Vila Chã de Sá, José Ernesto Pereira da Silva, informou que a sua autarquia e a Câmara Municipal de Viseu estão a negociar com a EP a manutenção do atual acesso a Fail."Estamos a tentar que aquela via continue aberta para servir quem lá mora. Também estamos a negociar a construção de passeios na estrada alternativa e a eliminação de uma zona que, no nosso entender, deve ser nivelado com aterro", confirmou o autarca.José Ernesto Silva reconhece, no entanto, que a estrada alternativa é "positiva" para a freguesia. "Vai ter duas rotundas uma junto à EN2 e outra perto do cruzamento do Soutulho. Vila Chã de Sá vai ser o maior centro rodoviário do concelho", concluiu.


Marco do km 184 o primeiro vestígio da EN-2 depois de percorridos 18 km após Viseu, este marco está nas proximidades de Lourosa a 9 km de Tondela.

Tondela
A de travessia Tondela faz-se pela Avenida Engenheiro Adelino Amaro da Costa, sempre em frente depois pela Avenida dos Bombeiros voluntários, e Avenida Sá Carneiro que aqui substituem mais uma vez o nome à EN-2. Depois segue-se a direção de Adiça, Vila Pouca e Santa Comba Dão cuja distancia é de 15 km.
Tondela é uma cidade, sede de concelho, localizada na  região de Dão-Lafões, envolvida pelas belas paisagens da Serra do Caramulo.
Esta será uma povoação muito antiga, com diversos vestígios de ocupação humana desde os tempos pré-históricos, a cidade apresenta, também, um diversificado património histórico e arquitetónico, onde primam as várias casas senhoriais e solares que denotam a importância agrícola na economia da região, como o de Santa Ana, bem como bonitos monumentos como a bela Igreja Matriz do século XIX, a Igreja do Carmo, com origens no século XVII, o mítico Pelourinho de Tondela, situado frente ao edifício dos Paços do Concelho, que prima pelos belos painéis de azulejos, ou mesmo a emblemática Fonte da Sereia, do século XVIII, que simboliza a Lenda de Tondela.
Diz-se que em tempos idos e conturbados, de vários ataques de povos inimigos, existiu a Maria da Fonte, que vigiava as paisagens circundantes para a proteção da povoação. Quando avistava tropas inimigas, fazia soar uma trombeta, reunindo os populares em proteção da localidade, que vinham apressadamente “ao tom dela”.
Ainda hoje a lenda se conta, constando mesmo nas armas da cidade uma mulher a tocar trombeta, com a legenda “ao tom dela”.


Museu Municipal de Tondela, designado por Museu de Besteiros, está instalado no Solar de Sant’Ana é um edifício barroco século XVIII, que é representativo do barroco rural. Foi construído à base de granito, reboco e madeira, a capela, que se encontra integrada no solar, possui um altar em talha dourada, executado em Itália e depois trazido para Portugal. Tondela é uma cidade Portuguesa da região centro, situada no distrito de Viseu.

                                                   Santa Comba Dão
A travessia de Santa Comba Dão faz-se pela Avenida General Humberto Delgado virando-se á esquerda no Largo do Balcão (junto aos Bombeiros) para a rua Miguel Neves seguindo até ao nó de saída da Cidade com o IP3.
Santa Comba Dão é uma cidade, sede de concelho, situada na fértil região de Dão-Lafões, um local de grande produção agrícola, famosa por ser a terra natal do ditador fascista António de Oliveira Salazar, que governou o País entre 1932 e 1968.
O centro histórico da cidade mantém o especto rural e típico, caracterizado pela sua arquitetura tradicional de traçado medieval, usualmente granítica, pelas pequenas praças e largos de grande encanto, como o célebre Rossio ou o Largo do Município.





       Casa dos Arcos, onde está instalada a Biblioteca Municipal de St. Comba Dão.



Alguns aspetos da predominante arquitetura granítica

Publicicidade bem antiga, talvez do tempo em que o Salazar andava por estas ruas

De Viseu até Santa Comba dão está o troço mais problemático de se encontrar por falta de informação disponível, mas em Santa Comba Dão a EN-2 desaparece por completo, como Estrada Património, a EN 2 tem levado machadadas muito grandes havendo troços completamente destruídos, aqui foi um desses a EN-2 foi estropiada em 18 km pela construção da barragem da Aguieira e pelo IP 3.
A solução é mesmo ir pelo IP-3 e cerca de 18 km depois sair em Alto das Damas, (coordenadas 40º18’41.73’’ 8º14’02.12’’) logo a seguir a Oliveira do Mondego, ai em Alto das Damas depois da saída do IP-3 não existe nada de informação da EN-2, inclusive nos mapas aparece apenas como Estrada Nacional, aqui ou um GPS com a direção de Penacova ou consultar um mapa ampliado para certificar a direção certa que é a de seguir Porto da Raiva e a partir dai aparece de novo a sinalização da EN-2.

A submersa Foz do Dão

Nos destruídos 18km do troço da EN2 que ligava Santa Comba Dão a Porto da Raiva. Devido á construção da Barragem da Aguieira, foi  apagada do mapa uma pitoresca aldeia que se chamava a Foz do Dão, era aldeia piscatória que esteve parada no tempo atá aos anos 1980  por ser sabido que iria submergir debaixo das águas da construção da barragem, tal como aconteceu com a aldeia da Luz e o Alqueva anos mais tarde.
A N2 passava por ali, às curvas entre montes e vales para atravessar o rio junto à aldeia, por uma magnífica ponte de arcos que permanece hoje igualmente submersa com a aldeia
 
                                             http://fozdodao.blogspot.com

.               Blogue original desta foto e onde tem toda a história desta aldeia


             
Porto Da Raiva
    Neste ponto já deixamos o distrito de Viseu e entramos no Distrito de Coimbra e a partir daqui os sobressaltos para encontrar a EN-2 desaparecem



Porto da Raiva é uma pequena aldeia do município de Penacova no distrito de Coimbra, e está situada na margem esquerda do rio Mondego. É uma povoação com um passado importante, que pela sua boa localização junto ao rio Mondego, era como um posto de trocas comerciais e de escoamento de produtos vindos do interior transportados em carros de bois de onde saiam depois em Barcas para as cidades de Coimbra e Figueira da Foz. O rio Mondego foi, durante séculos, a única e principal via de comunicação entre as populações do interior e do litoral. A inexistência de estradas ou comboios fizeram do transporte fluvial a única via de comunicação responsável pela subsistência e economia das populações banhadas pelo rio Mondego.

A normalidade na sinalização volta de novo


Neste troço entre Porto da Raiva até perto de Penacova a EN-2
segue mesmo ao lado do IP-3 e com o rio Mondego á nossa direita.

       
Curiosidades e histórias que a EN-2 conta

Até sensivelmente os anos 70 a publicidade em painéis de azulejos em lugares estratégicos das estradas nacionais era comum, hoje muitas ainda permanecem nos mesmos sítios apesar de muitas marcas até já nem existirem. Uma marca que, durante muito tempo, teve um forte presença na rua, nomeadamente na década de 70, era a do “Nitrato do Chile”.
Trata-se de «Um mineral comercial composto principalmente por “nitrato de sódio” dos depósitos de cascalho no Chile. Antes do processo de oxidação da amônia para nitratos a maioria do salitre chileno era usado pela indústria química; hoje é usado principalmente na agricultura como fonte de nitrogénio»; portanto, basicamente um adubo! O Chile foi o maior produtor de Salitre do mundo de 1850 a 1930.
Como curiosidade as Fábricas de Nitrato do Chile localizam-se  a 18 km da cidade de Iquique no deserto de Atacama no Norte do Chile  e foram declaradas Património Mundial da UNESCO em 2005.


O “Licor Beirão” (“O Licor de Portugal”) é também uma marca que faz parte da nossa história, é uma bebida tradicionalmente portuguesa, preparada à base de plantas, cuja fórmula secreta nasceu numa farmácia da Lousã há cerca de 80 anos. O seu criador, José Carranca Redondo, foi pioneiro em Portugal na publicidade de estrada, desde meados do século XX, tendo recorrido mesmo, na década de 60, a um cartaz com um “slogan equívoco” (pela sua dupla conotação, também associada a Salazar): “O Beirão de quem todos gostam!”.
                                                     PENACOVA
A vila de Penacova, sede de concelho, situa-se na região Centro do País, num local de grande beleza natural, bem na margem direita do bonito rio Mondego, no alto de um ponto rochoso (a “Penha”), e rodeada pelas luxuriantes Serras do Buçado e do Roxo.
Por ficar ali mesmo ao lado da EN-2 vale a pena subir até lá em cima para disfrutar da paisagem para o vale.A região de Penacova tem muito para oferecer, como as lindíssimas albufeiras das Barragens da Raiva e da Aguieira, que reúnem as melhores condições para a mais variadas actividades de lazer e turismo, tão próxima da maravilhosa Serra do Buçaco.
As paisagens são, de facto, a mais-valia da região, com pontos de visita interessantes, como o Miradouro Raúl Lino dispondo de uma magnífica vista sobre o fantástico Rio Mondego, ou o Penedo de Castro, bem como os miradouros naturais das Serras da Atalhada e da Aveleira, de onde se avistam maravilhosos panoramas.
Penacova orgulha-se do seu Património, com monumentos como a bonita Igreja Matriz do século XVI, as Capelas de São João (século XVI) e a de Santo António (século XVII), o Pelourinho da Vila ou a Quinta da Ribeira, valendo também a pena conhecer as Capelas da Senhora do Monte Alto e de Nossa Senhora da Guia.

      Praia fluvial do Reconquinho no rio Mondego em Penacova, situada num local       priveligiado e de grande beleza natural na margem direita do rio Mondego.
Vila Nova do Ceira
Vila Nova do Ceira é geograficamente a mais pequena freguesia do concelho de Góis, mas a mais densamente povoada. Beneficia da terra extremamente fértil no vale do rio Ceira que se alarga por baixo da vila de Góis onde se junta com rio Sótão na Várzea Grande.
A geologia da área demonstra as fortes agitações pela atividade da glaciação há milhões de anos atrás – existem lugares onde se pode observar como a rocha foi dobrada pela imensa pressão dos glaciares e a área está cheia de grandes pedregulhos redondos e pedras do tamanho de uma bala de canhão que foram aproveitadas na construção dos edifícios locais.
A paisagem é feita de terrenos suavemente inclinados ao longo dos rios, onde ainda hoje se cultiva milho, vinhas e azeitonas que crescem em abundância. Os lados do vale erguem-se íngremes e são plantados com uma mistura de pinheiros e eucaliptos que são utilizados pela indústria florestal. No sudeste, muitas aldeias têm a vista para o espetacular cume da Peneda de Góis e no oeste para o Cerro da Candosa – o dramático desfiladeiro talhado pelo rio Ceira através do rochedo.
No século XVII o nome da freguesia era São Pedro da Várzea. Mais tarde foi alterado para Várzea de Góis e em 1927 a comissão de moradores pediu para mudar o nome para Vila Nova do Ceira, como é conhecida hoje em dia.
São Pedro é o Santo Padroeiro da Várzea Grande que é também a sede da freguesia. O nome de Vila Nova do Ceira é muitas vezes utilizado para referir-se à própria Várzea Grande. Pode-se considerar a Várzea Grande como sendo o coração da freguesia e é uma aldeia muito bonita com um forte sentido de identidade.
As pequenas aldeias de Vila Nova do Ceira ainda estão bem povoadas e mantêm comunidades cheias de vida. Ainda é possível encontrar burros e bois a trabalharem nas terras, puxando carros carregados com produtos agrícolas e a agricultura ainda é o maior suporte da região.




Praia Fluvial de Vila Nova do Ceira
Uma das vantagens de se fazer este percurso com vagar, é a de se aproveitar todos os rios e praias fluviais para se desfrutar de umas banhocas, se for no verão e o tempo seja nosso amigo.
Góis
Por altura do Km 279 a sinalização indicava Góis, local escolhido para fim desta etapa, e para uma pausa de um dia na EN-2 para visitar a Serra do Açor e algumas aldeias de Xisto, mas na hora da chegada fomos brindados com uma tromba de água que fez estragos na zona e que nos obrigou a uma paragem forçada de cerca de uma hora dentro da viatura.
Situada na região centro de Portugal, A Vila de Góis, é um município do distrito de Coimbra, e está situada num vale estreito e profundo, o Vale do Ceira. As montanhas do Penedo de Góis, com os seus 1043 m de altura, são palco privilegiado para a prática de atividades de desportos de natureza, aventura e motorizados. Os seus rios, de águas puras e cristalinas, oferecem variadas praias e piscinas fluviais onde podemos mergulhar e contemplar a paz e beleza circundante.
O Concelho de Góis, pela sua natureza rural, tem muito para dar aos visitantes que chegam ao concelho.
O rio, principal elo de ligação de todo o Concelho, dá aos visitantes e veraneantes uma paisagem deslumbrante, desde a terras altas da freguesia do Colmeal até ao Cerro da Candosa, local onde se despede do Concelho de Góis para dar entrada no da Lousã.
As praias fluviais, servidas pela bela paisagem circundante e pelas límpidas águas do Ceira são frequentadas, na época de Verão, por milhares de turistas e de residentes.
Mas, além do rio, também a montanha está presente, permitindo passeios, tanto de automóvel como a pé, ou mesmo de bicicleta ou moto para os amantes da natureza.
É habitual que ao deslocar-se pelas terras montanhosas do Concelho, tomar contacto com animais selvagens, como o javali e a raposa, além de todo o tipo de aves, próprias desta região.

Centro da Vila de Góis




Zona Ribeirinha de Góis, com areas de laser, praia fluvial, e desportos aquáticos uma zona muito agradável que convida ao descanso.


3º Dia  entre a 2ª e 3º Etapa uma pausa na EN-2 para uma volta pelas maravilhas da Serra do Açor com o seguinte percurso:
Góis - Arganil - Coja - Benfeita - Pardieiros - Cerdeira -  Moura da Serra - Piodão
Vila Cova de Alva   Barril do Alva -  Góis    num total de 130 km

Arganil



Arganil é uma vila, sede de concelho, no distrito de Coimbra na região centro de Portugal, situada numa região montanhosa de grande beleza, e fértil em vegetação e abundantes cursos de água, a que se junta um rico património cultural e histórico. A região apresenta vestígios de ocupação romana desde tempos bem remotos, existindo vestígios da permanência dos povos primitivos nesta região.
COJA



Coja é uma bonita aldeia do município de Arganil no distrito de Coimbra. Banhada pelo cristalino Rio Alva, a aldeia é chamada de Princesa do Alva, e está situada num local abençoado pela natureza da Serra do Açor e pelo fresco ar do rio. É uma aldeia de origens bem remotas, com vestígios de ocupações Romanas e Muçulmanas, para aqui atraídas pela fertilidade dos solos e pela exploração de minérios.

Estrada Municipal M508 entre Moura da Serra e Piódão
O forte nevoeiro na parte da manhâ acompanhado com uns salpicos de chuva foi uma constante e inviabilizou a deslocação a algumas partes da serra nomeadamente a Fraga da Pena e á sua impressionante cascata

Piódão







A Aldeia de Piódão é uma das doze Aldeias Portuguesas classificadas como históricas. Situada no distrito de Coimbra, município de Arganil numa encosta da bonita Serra do Açor. É uma aldeia serrana, de feição rural, e acessos difíceis, um excelente exemplo de como o ser humano se adaptou ao longo dos séculos aos mais inóspitos locais. As suas típicas casas de xisto e lousa, com janelas e portas pintadas em azul descem a encosta da serra, formando um anfiteatro, o que lhe dá o apelido de “aldeia presépio”. A natureza envolvente está quase que em estado puro, observando-se pela região diversas espécies de fauna e flora típicas do local.

Vila Cova de Alva

Vila Cova de Alva, é aldeia banhada pelo rio Alva, e situada na serra do Açor, pertence ao concelho de Arganil, no distrito de Coimbra. Este é um local de perfeita paz, com as águas cristalinas do rio Alva a correrem livremente pelos moinhos e azenhas da região no meio da paisagem verde da serra do Açor.

Barril de Alva



A praia fluvial do Urtigal localiza-se em Barril de Alva, uma vila situada na margem direita do rio Alva, que pertence ao município de Arganil, no distrito de Coimbra. No aspeto paisagístico, evidenciam-se os seus açudes e as áreas de lazer junto à ponte de granito construída no seculo XVIII, que separa as vilas de Barril de Alva e Vila Cova do Alva.

3º Etapa 50 km   Góis - Pedrógão Pequeno
Percurso: Góis – Casal de Cima – Caniçal – Alvares – Picha - Venda Gaita    Pedrogão Grande – Pedrogão Pequeno

Esta etapa curta de apenas 50 km e cerca de duas horas com as paragens habituais para tudo registar, devido haver em Pedrógão Pequeno uns trilhos junto ao rio Zêzere que valem a pena ser explorados.
 Continuam os estranhos nomes de localidades por onde passa a EN-2


Vestigios antigos da construção da EN-2 nesta zona
         O km 300 está localizado nas proximidades de Alvares
A EN-2 também foi concebida com uma componente de estratégia militar, era uma estrada especial, assim não admira que o marco quilométrico indicativo do quilómetro 300 tivesse sido executado de modo diferente deixando de ter a parte de cima arredondada e inscrições em todas as quatro faces, pena que os responsáveis por esta estrada não mantenham estes marcos históricos em perfeitas condições, limpos e pintados.

ALVARES
Alvares,é vila  que se atravessa na frente da EN-2 como se de um oásis se tratasse, fica  localizada no município de Góis, distrito de Coimbra.e banhada pelo rio Sinhel, é uma encantadora vila onde reina a tranquilidade e o descanso chama por nós na sua praia fluvial com características de piscina natural.


Zona ribeirinha e piscina natural fluvial da vila de Alvares
 
                                                      Ponte Filipina de Alvares

                                                              Picha
Não é nenhuma brincadeira! No nosso Portugal profundo há mesmo uma aldeia  chamada Picha.
 A aldeia da Picha fica na freguesia de Pedrógão Grande, concelho de Pedrógão Grande distrito de Leiria e tem apenas 24 habitantes distribuídos por 18 fogos. Picha é uma aldeia, de características rurais onde a maioria da população vive do trabalho no campo.
A população da aldeia está envelhecida. Existem poucas crianças e por isso o lugar já não tem escola. Nem sequer lojas. Só há um café na zona baixa da aldeia, junto à estrada principal, chamado Café da Picha.
Consta que o nome da terra teve origem numa fábrica de resina. Mas ninguém sabe explicar muito bem a razão exata da denominação. Em tempos, já houve quem tivesse feito um abaixo-assinado para mudar o nome da aldeia, só que a proposta de mudança para Pénis não vingou.
Os Pichenses já se habituaram às perguntas dos forasteiros sobre tão invulgar toponímia. Trocadilhos e piadas são habituais quando a conversa é o nome da terra. Eles não se importam e gracejam


Aqui deixamos o distrito de Coimbra e entramos ainda que momentaneamente no distrito de Leira, pois poucos quilómetros à frente entramos logo no distrito de Castelo Branco. Leiria é o Distrito menos percorrido pela EN-2.

        
  Café da Picha ali numa curva da EN-2 o local mais famoso da Picha e simultaneamente ponto de encontro para os Pichenses e forasteiros que ali passam



Ser Tuga é ir de Zundapp emborcar umas Bejecas ao café da Picha, este sim é um verdadeiro Tuga.


Exemplar de uma Zundapp Vanguard 500 S, presumo que seja do inicio dos anos 70, parou no café da Picha, tendo-se apeado o seu proprietário com barba de três dias retirando o casaco e o capacete qual motard  espreguiçando-se de seguida, depois faz uma entrada com ar de cowboy no café e enquanto  coçava  os ditos cujos encostado ao balcão diz “já cá devia estar” e claro num ápice a Bejeca estava a escorrer garganta abaixo! Faz uma pausa arrota e diz “esta é pró caminho” .
São assim os gajos da Picha!

                                             Igreja de Nossa Senhora do Carmo



Picha é apenas um dos muitos nomes de aldeias curiosas que ficam nas redondezas de Pedrógão Grande. Também existem Venda da Gaita A aldeia vizinha da Picha, Derreada e Senhor dos Aflitos, por exemplo.

                                               Barragem do Cabril
A Barragem do Cabril no rio Zêzere é uma das maiores barragens portuguesas e origina uma das maiores reservas de água doce do país, fica situada num vale coberto de eucaliptos e pinheiros bravos, por onde corre o rio Zêzere. Goza de ampla vista sobre a paisagem verdejante em volta e conta com uma piscina fluvial onde é possível dar um mergulho em segurança. Abrange os distritos de Leiria e Castelo Branco, e a sua bacia Hidrográfica tem 2340 km2. É uma das mais altas construções de Portugal, a ponte da represa com 136 metros de altura está localizada no município de Pedrogão Grande no Distrito de Leiria.

A EN-2 depois da construção em 1954 passou a passar pela ponte da represa, porque antes passava por um difícil traçado acidentado e pela velha ponte Filipina que se encontra mais a jusante da barragem, e que mostro mais à frente.
Após a passagem da represa da Barragem entramos no distrito de Castelo Branco.

                                                  Pedrógão Pequeno
Pedrógão Pequeno, é uma pequena,simpática e muito antiga vila localizada na margem esquerda do Rio Zêzere, rodeada de belezas naturais. Está situada no município da Sertã, no distrito de Castelo Branco e está a poucos quilómetros de Pedrógão Grande e da Barragem do Cabril. Do seu património destacam-se a Igreja Matriz e a Ponte Filipina sobre o rio Zêzere. Em terras do xisto há um Pedrógão – afloramento de granito que deu pedra para cantarias de portas e janelas, embora o xisto seja tambem material de construção predominante.




O Pelourinho de Pedrógão Pequeno foi reconstruído em 1939, data que se encontra inscrita na coluna. É composto por duas esferas: uma com nove meridianos salientes e oito nos intervalos destes e que são de menor relevo, e por uma esfera armilar. A sua base é redonda e conta com três degraus.




                Zona de laser e picnic na EN-2 onde esta cruza Pedrógão Pequeno

Existe dois pontos de acesso ao rio Zêzere a partir da vila, um que indica ponte Filipina de cerca de 2,5 km sendo cerca de 1,5 km apenas pedonal sempre a descer por uma antiga estrada de pedra muito irregular, e o outro que indica Moinho das Freiras é em alcatrão e chega-se de carro mesmo lá em baixo ao Zêzere, a partir dai existe todas as indicações para vários percursos de natureza.

Ponte Filipina sobre o Rio Zêzere construída na Época Filipina (entre 1607 e 1610) e está classificada Imóvel de Interesse Público. Conta com três arcos de 62 metros de altura. De ambos os lados, tem uma estrada em pedra com cerca de 1,5 Km de comprimento, que lhe dá acesso. Até 1954 antes da construção da Barragem do Cabril era a estrada principal de ligação entre a Beira Baixa e a Beira Litoral .



Por de cima de nós passa o impressionante viaduto do IC8 com uma extensão total de 480 metros e vão central de 150 metros acima do leito do rio quem ali passa não dá conta da beleza do vale do Zêzere cá em baixo.
O IC8 faz a ligação entre a A17 em Pombal e a A23 em Vila Velha de Rodão.
Com indiferença a estas novas vias de comunicação a velha EN2 vai resistindo e dando-nos o prazer da sua condução.




Moinho das Freiras é uma zona de lazer de rara beleza na margem esquerda do rio Zêzere, composta uma zona de descanso e outros trilhos assinalados para a prática de Trekking.
Esta beleza do vale do Zêzere foi o motivo desta curta etapa até Pedrógão para se puder ter tempo para disfrutar desta maravilha da natureza, que fica a cinco minutos da EN-2.

4º Etapa 102 km  Pedrógão Pequeno – Ponte de Sor
Percurso:   Pedrogão Pequeno – Casal do Escusa – Sertã – Fundada – Milriça - Vila de Rei Milreu – Sardoal – Abrantes - Ponte de Sor
Sertã
Passados 18 km e 25 minutos após sairmos de Pedrógão Pequeno chegamos á Sertã, uma vila Portuguesa, do distrito de Castelo Branco, na região centro do país e encontra-se situada sobre um vale, banhado por uma ribeira de nome igual ao da vila. É uma pacata povoação que tem a agricultura e nas madeiras a sua principal fonte de riqueza. Este concelho situa-se a poucos quilómetros do centro geodésico de Portugal (Serra da Milriça) e está inserido na maior mancha contínua de pinheiro bravo da Europa.













A Ponte da Carvalha que atravessa a ribeira da Sertã, tem 64 metros de comprimento, e seis arcos de alvenaria, é uma ponte de estilo romano mas foi construída na época de domínio filipino

                            Ponte da EN-2 sobre a ribeira da Sertã
                             Milriça – Centro Geodésico de Portugal
Continuando pela EN-2 desde a Sertã em direção a Vila de Rei, 1800 m antes desta, encontra-se  o cruzamento á esquerda devidamente assinalado a indicar desvio de 900 m para o Picoto da Milriça,o centro Geodésico de Portugal, vale a pena fazer o desvio até  lá.

Situado na Serra da Milriça a 2 km de Vila de Rei, distrito de Castelo Branco, e a 600 metros de altitude este marco Geodésico de 20 metros de altura, assinala o Centro Geodésico de Portugal marcando assim o centro do País a nível de coordenadas geodésicas (latitude: 39º 41´ 37,300 N; longitude: 8º 07´ 53,310´´ W) Este local denominado de miradouro da Milriça permite uma visão de 360º sobre uma vasta área, onde se destaca a Serra da Lousã e a Serra da Estrela. esta quase a 100 km e visível com tempo limpo.
Neste local existe o Museu da Geodesia, uma sala de exposição temática, um pequeno auditório, loja de recordações e bar.
                                                Vila de Rei
Vila de Rei é uma vila, sede de concelho, situado na região centro do País, no distrito de Castelo Branco, considerado mesmo o ponto mais central do país por se encontrar a cerca de 2km do Centro Geodésico de Portugal. A ocupação humana da região remontará a tempos pré-históricos, tendo sido habitada por Celtas, Romanos e Mouros, antes da reconquista Cristã.
A vila está rodeada de extensas áreas de Pinhal, e vive hoje em dia da agricultura, serviços e algumas indústrias, que privilegiam da sua localização central.
No centro histórico da vila destaca-se a Igreja Paroquial, e as Capelas da Misericórdia, da Senhora da Guia e de Nossa Senhora do Pranto e a Casa do Capitão Mor, construção nobre do século XVII, utilizada como quartel-general durante a época das invasões Francesas e atualmente adaptada a turismo rural.
Fora da vila destaca-se, as quedas de Água de Poios, a aldeia de Xisto de água Formosa e o Penedo Furado uma das maiores curiosidades naturais de Vila de Rei.


Edifício do mercado municipal de Vila de Rei

                                   As duas EN-2
Em Vila de Rei uma variante nova á antiga EN-2 e com alguns km de extinção induz a que circulamos na antiga EN-2, mas tal não acontece, e basta olharmos para a conceção de construção da estrada e para a sinalização que nos apercebemos do facto, e para não irmos por esta variante, na segunda e ultima rotunda da Vila de Rei viramos á esquerda em direção a Pisão Cimeiro e Milreu e estamos no caminho certo e confuso pois encontramos os marcos originais da EN-2 e uma outra indicação que estamos numa EM (estrada municipal).
Curioso foi que quando pedi uma informação sobre o Penedo Furado, me disseram que era pela estrada velha, e assim que os locais definem as duas EN-2 a estrada velha e a estrada nova.

Em cima a nova EN-2 com sinalização moderna, e em baixo a velha EN-2 com a tradicional sinalização e com a curiosidade de ambas indicarem o km 368.

O km 368,6 fotografado na falta do 368,5 neste preciso ponto com uma diferença de 100 metros no meio da viagem Chaves Faro
Penedo Furado
Quando chegamos á aldeia de Milreu, 7 km depois de Vila de Rei seguimos as indicações de Penedo Furado que está localizado num sítio chamado Azenha Fundeira coordenadas GPS 39º37’31.49’’N 8º09’41.19’’W


Praia Fluvial do Penedo Furado, este local é o ex-líbris de Vila de Rei, este local paradisíaco oferece um conjunto de pequenas quedas de água de grande beleza que podem ser apreciadas percorrendo a pé um estreito caminho talhado na rocha. Dois miradouros com acesso direto à estrada permitem a visão deste conjunto, dotado de várias infraestruturas de apoio à praia fluvial.


                                    Água Formosa
Água formosa não fica na EN-2, mas também não fica longe apenas 12 km a separam do nosso percurso mas vale a pena um desvio para ver esta preciosa Aldeia de Xisto. No cruamento da EN-2 com a EM540 na aldeia de Milreu viramos á esquerda para a EM540, seguimos a sinalização e 12 km depois estamos em Água Formosa.


Água Formosa é uma aldeia que vive de esperança. Tem apenas 6 habitantes residentes, mas a estes têm vindo a juntar-se muitos mais que compram e reabilitam as velhas casas da aldeia para ai passaram férias. Vieram atraídos pelo som da água a correr na Ribeira da Galega e pelo ar e paz que aqui se respira. Ainda se encontram evidências das tradições antigas, como os vários fornos a lenha espalhados pela Aldeia; mas também evidências de tradições ligadas à utilização da força da água, num enquadramento natural que evidencia o melhor da relação entre Homem e Natureza. A aldeia está localizada a 8 km de Vila de Rei no distrito de Castelo Branco, o seu nome Água Formosa deriva de uma antiga fonte de água que abastecia a aldeia.

Sardoal
A aproximação a Sardoal anuncia também que entramos no distrito de Santarém.
O Sardoal é uma vila e sede de município, no distrito de Santarém. Está situada entre a lezíria característica da província do Ribatejo e a paisagem serrana da Beira Baixa A vila é caracterizada pelo seu casario branco adornado de faixas coloridas e flores, e vai descendo desde o topo da colina onde se situa, com bonitas ruas calcetadas com seixos retirados do rio.


Abrantes
Abrantes é uma cidade do distrito de Santarém, situada numa encosta sobre o Rio Tejo A cidade tem uma história que a tem acompanhado ao longo dos séculos, tendo sido conquistada aos Mouros em 1173, devido à sua estratégica localização sobre o Rio Tejo, teve grande importância militar, sobretudo na época da Reconquista e durante as Invasões Francesas de 1807.
A sua localização fez igualmente com que Abrantes fosse um importante porto fluvial estratégico no comércio tradicional, com destino a Lisboa, até aos anos 70.
O Centro Histórico da cidade é constituído por casario de traça antiga, e vale a pena visitar o seu Património onde se destacam as Igrejas de Santa Maria do Castelo, São Vicente, São João Baptista, e a da Misericórdia, bem como os Conventos de Nossa da Esperança e o de São Domingos, a Casa dos Almadas outrora o Paço Real e também a Casa da Câmara.
 O castelo medieval, de que mantém a Torre de Menagem, alterada, e alguns panos de muralha com torreões redondos, evoluiu com a adaptação a armas de fogo e construções abaluartadas a partir do reinado de D. Pedro II. De realçar os espaços abobadados com tijoleira.
Bem tradicional em Abrantes, é a doçaria, famosa pelos seus doces regionais convencionados à base de ovos e açúcar como as Tigeladas e a Palha de Abrantes.
Entrada da cidade de Abrantes, vestígios do que foi uma antiga estação de serviço com a traça arquitetónica característica do estado novo, e que muito caracterizaram esta estrada.

Vista para o rio Tejo e Rossio ao sul do Tejo, a partir do castelo de Abrantes


Interior do Castelo de Abrantes

Artérias do Centro histórico de Abrantes

Saída de Abrantes em direção a Ponte de Sor antigo posto da antiga PVT (policia de viação e trânsito) muito característico dos anos 60/70 nas entradas das principais cidades portuguesas e estrategicamente colocados nos principais eixos rodoviários como forma de controlarem todo o trânsito e em especial o de mercadorias pois os postos estavam dotados de balanças para pesagem de camiões.
As famigeradas balanças inimigas dos camionistas da época
Deixamos Abrantes para trás, passamos Rossio Sul do Tejo e Bemposta, e fica para tás também o distrito de Santarém e entramos no distrito de Portalegre, o sétimo cruzado pela EN-2, a partir deste ponto a paisagem muda radicalmente e entramos nas planícies e nas grandes retas que tornam a condução mais rápida.
Depois de cruzarmos o rio Tejo em Abrantes foi como que passasse-mos uma fronteira paisagística o verde dá lugar aos tons dourados do Alentejo e os grandes cursos de água começam também a desparecer
                                                       Ponte de Sor
Ponte de Sor é uma cidade do distrito de Portalegre, banhada pelo rio Sor, e caracterizada pelas “lezírias do Sor”, grandes campos de cultivo que circundam a cidade. Ponte de Sor está situada na extensa região do Alentejo, bem na junção com a região do Ribatejo.Ponte de Sor deve o seu nome à primitiva ponte romana, que integrava o percurso da 3ª via militar que ligava Lisboa a Mérida e a que faz referência um marco miliário do tempo do imperador Marco Aurélio Probo, não se tendo, contudo, informações claras de ocupações humanas anteriores aos Romanos.
Esta foi uma região de fronteiras muito instáveis durante a reconquista Cristã, tendo sido o território entregue à Ordem dos Templários, e posteriormente reconquistada pela Ordem de S. Bento.




Zona ribeirinha de Ponte de Sor

5º Etapa 210  km  Ponte de Sor – Castro Verde
Percurso: Ponte de Sor – Montargil – Mora – Brotas – Ciborro – Montemor o Novo  Santiago do Escoural – Alcáçovas – Torrão – Odivelas – Ferreira do Alentejo – Ervidel Aljustrel - Castro Verde
Marco do Km 450 localizado 19 km depois de Ponte de Sor e 6 km antes de Montargil
Barragem de Montargil

A Barragem de Montargil viu a sua construção concluída no ano 1958, com vista à irrigação do Vale do rio Sorraia, daí a sua função hidrografia.
A Barragem tem uma capacidade de 164,3 hm3, com uma área
de 1646 hectares, e possui uma central hidrelétrica, sendo a albufeira desta barragem muito utilizada na prática de variados desportos náuticos e na pesca desportiva, estando devidamente sinalizada.
Junto á Barragem está localizada a vila de Montargil que tem como pontos de interesse o Pelourinho, a Igreja Matriz e a da Misericórdia, as capelas de Santo António, São Sebastião, São Pedro e Senhor das Almas.
Com relevada importância existe o Núcleo Megalítico de Montargil onde são conhecidos perto de quatro dezenas de antas que forneceram um importante espólio de pedra polida (machados, placas de xisto, enxós e facas de sílex).
Os ecos da Romanização também se fizeram sentir na freguesia e a comprová-lo está a Necrópole de Stº. André do Séc. I-II, alvo de importantes escavações nos anos 70.

6 Km depois de passarmos a represa de Montargil deixamos o distrito de Portalegre e entramos no distrito de Évora o maior distrito Português, neste ponto estamos a 10 km da vila de Mora.


MORA
Mora é uma vila da região do Alentejo no distrito de Évora. A sua arquitetura é muito característica desta zona, e a calma que se respira espelha na perfeição a tradicional paz de espírito da região Alentejana.
Concelho localizado na bacia hidrográfica do Tejo e rodeado de matas de sobreiros, olivais, pinhais, na região o contacto com a natureza é absoluto, sendo mesmo o município com maior densidade florestal a sul do Tejo, e o quinto do País.
Com vestígios de ocupação humana desde tempos pré-históricos, encontra-se na sua área imensos monumentos megalíticos e antas, muitas em bom estado de conservação, como é exemplo a Capela de S. Dinis, em Pavia, onde, na Idade Medieval, se adaptou uma grande anta a capela, e que é um dos marcos da região.

O Ex-libris da vila é o Fluviário  situado junto ao Parque Ecológico do Gameiro, e inaugurado em 21 de Março de 2007. OFluviário de Mora compreende 2.300 metros quadrados, nas margens da Ribeira do Raia, e constitui uma espécie de “Oceanário de água doce”.
Constituído por um conjunto de aquários e diversos espaços envolventes, o Fluviário permite, através de uma exposição de habitats naturais, aquáticos e terrestres, num percurso entre a nascente e a foz de um rio, observar as diferentes espécies animais e vegetais que vivem nestes meios. Neste percurso estão distribuídos 500 exemplares de 72 espécies de peixes e de outros animais, sendo a primeira estrutura do género na Europa e a terceira em todo o mundo.
Diversas espécies exóticas podem ser observadas no Fluviário, sendo as Piranhas Vermelhas as mais afamadas, habitando entre tantas outras como pimpões, achigãs, tainhas, chanchitos, enguias ou trutas, entre as Portuguesas, ou outras como as rãs-seta-venenosas, peixes-gatos, peixes-azuis-cauda-de-lira, peixes-facas, pacus-negros, aruanãs-prateados ou mesmo lontras asiáticas.

A gastronomia da região é muito rica e tradicionalmente Alentejana, onde o pão é rei, e iguarias como o ensopado de borrego, as migas de espargos e a açorda de bacalhau o melhoram, não esquecendo a típica sopa de coelho, a tomatada ou a sopa de beldroegas
.


Depois de sairmos de Mora, e percorridos 10 km na entrada de Brotas Vira-se á esquerda seguindo as indicações de Vila Águias cerca de 5 km, o alcatrão desaparece, no limite da vila e o resto é por estrada em terra mas de bom piso, vale a pena este desvio para se ver uma autêntica aldeia fantasma.
 Torre das Águias

A Torre das Águias é um monumento militar de traça Gótica e Manuelina, de grande valor histórico e arquitetónico. Fica situada na antiga Vila das Águias num cenário idílico de prados verdes, a vista desta paisagem perde-se no horizonte visual e no horizonte de memórias deste lugar abandonado do que foi outrora a Vila das águias que mais tarde se fundiu com a vizinha vila de Brotas, provocando em 1535 uma imigração para este vila, transformando desde então a Vila das Águias numa autêntica vila fantasma votada ao abandono. A sua localização fica no distrito de Évora município de Mora, e a cerca de 5 km da vila de Brotas.







Ermida de São Sebastião Situada a 300 metros da Torre das Águias, é único edifício religioso da antiga vila.

                                                            Brotas
Brotas é uma pequena e típica vila da região do Alentejo, localizada no município de Mora, distrito de Évora. O seu urbanismo típico da zona em cores de azul e branco, estão patentes nas fachadas dos edifícios rústicos dos séculos 16 e 17.
O ex-líbris da vila é o Santuário de Nossa Senhora de BrotasA freguesia de Brotas é conhecida por alguns elementos do seu património edificado, alguns dos quais são dos mais importantes do Alentejo.
O erguer da Freguesia das Brotas ficou a dever muito à antiga vila das Águias. A 5 de Setembro de 1361, D. Pedro I doou a vila das Águias a Pedro Afonso, acabando desta forma por desanexar esta vila do Concelho de Coruche.Entretanto a meia légua de distância da velha torre edificou-se uma outra povoação, em torno da Igreja da Senhora das Brotas, denominada primeiramente por Barroca das Brotas e posteriormente apenas Brotas. Este nome pensa-se ter surgido do facto de nesta região haver abundância de uma planta medicinal de nome abrótea.
No dia 20 de Novembro de 1519, Brotas recebeu o Foral pelas mãos de D. Manuel e foi incluída no Concelho de Mora em 1898.



Casario típico do Alentejo
Antigos símbolos que resistem á modernidade
Uma das muitas fontes desta vila

Esta localidade, desde o século XVI, até ao século XVIII, era considerada a Fátima dos nossos dias, era aqui na sua excecional igreja que se faziam as devoções e grandes romarias nacionais, contam as lendas locais que aqui também houve alguns “milagres”.
Esta é mais uma das muitas histórias que a EN-2 tem para contar.
                                                              CIBORRO
A EN-2 atravessa esta aldeia e é lá também que se encontra implementado o marco que indica o Km 500, Ciborro é mais uma das muitas esquecidas e desconhecidas aldeias do interior Alentejano.










O km 500 encontra-se no meio da localidade e por necessidades urbanísticas teve de ser alterado a sua localização e está empoleirado em cima de muro de cara lavada e inscrições pintadas.

Montemor-o-Novo
19 km depois de Ciborro  EN-2 desemboca no centro de Montemor na Av. Gago Coutinho ali mesmo junto ao snack bar Pic-Nic o rei das bifanas, das afamadas bifanas de Montemor, e não se pode sair de daqui sem provar as bifanas do rei.
E para sair  como estamos na Av. Gago Coutinho apenas temos de seguir as indicações e na próxima rotunda virar á esquerda, de novo pela esquerda no cruzamento seguinte, á frente mais uma rotunda e seguimos pela direita seguindo em frente, até se cruzar a ponte do rio Almansor ai nova rotunda, viramos á esquerda e estamos na EN-2 que a partir deste ponto muda temporariamente de nome passando a ser R2 (estrada regional nº2) até á aldeia de Casa Branca, retomando ai de novo o seu orgulhoso nome.


Montemor-o-Novo é uma cidade do distrito de Évora, região do Alentejo, está situada entre Lisboa e Espanha, nó central dos eixos viários que ligam o centro e o sul de Portugal, foi berço de São João de Deus, nascido em 1495 e fundador da Ordem dos Irmãos hospitaleiros, é uma das terras mais atravessadas e menos conhecidas de Portugal, com um rico património cultural bem expresso em belas casas senhoriais setecentistas, em múltiplos conventos e igrejas que associam portais manuelinos e ricos altares barrocos com inesquecíveis frescos e azulejos, a memória destes tempos convive serenamente com o presente.

 
Panorâmica de Montemor desde o alto do castelo

 
A igreja Paroquial do Senhor Jesus do Calvário, situa-se junto do Jardim Público da cidade de Montemor o Novo, a sua capela original foi construída por volta de 1600, pela Confraria das almas do Calvário, sendo a construção da sala do despacho de 1633.
Em 1690 o templo foi ampliado, ficando o edifício com as dimensões actuais, e em 1716, a sala do despacho foi revestida de azulejos de grande beleza, o que hoje lhe confere a classificação de “Imóvel de interesse público”.
Entre 1953 e 1956 foram feitas novas obras de restauro no edifício, entre as quais a colocação de painéis de azulejos em volta da nave principal da igreja, em tons de azul e branco.
Em 1987 novas obras de restauro foram executadas, contemplando, desta vez, a renovação do telhado, pintura exterior, e a colocação de um painel de azulejos policromáticos na fachada.

Coreto localizado no jardim público

Associação centenária
Santiago do Escoural
As grandes retas do Alentejo não põem problemas de identificação da EN-2, a estrada está sempre bem, exceto nas entradas e saídas de algumas vilas , onde a EN2 tem apenas sentido único, mas sem causar problemas de orientação. Num eventual engano há sempre um Alentejano sentado numa sombra que nos dá a indicação com o sempre habitual “é logo ali"
14 km depois de sairmos de Montemor entramos em Santiago do Escoural,uma vila rural que a EN-2 atravessa, pertencente ao concelho de Montemor-o-Novo, e situada em plena planície Alentejana.Esta região é habitada pelo Homem desde há 50 000 anos, tem mantido o seu estilo de vida rural e pacato ao longo dos anos, preservando sabiamente o seu importante património arqueológico paleolítico, localizados no Sítio Arqueológico do Escoural, na Herdade da Sala, que constitui mesmo um dos mais importantes em território nacional, e são conhecidos por Grutas do EscouralEstes legados de suma importância moldaram a vida da freguesia desde a década de 1960, altura em que foram descobertos.

Da sua traça típica da região do Alentejo destacam-se as grandes chaminés.


Curiosidades Alentejanas, no centro vila um fontenário tem pendurado numa torneira um Cocharro, um artefacto típico do Alentejo de forma côncava, feito artesanalmente em cortiça para substituir um copo no ato de beber água.Este pormenor reflete a forma comunitária da fonte, convida o visitante a beber água pelo Cocharro.




18 Km depois de Santiago de Escoural chegamos ao km 550 que marca a passagem por Alcáçovas, a EN2 não passa pelo centro da vila, mas uma visita é obrigatória.


Alcáçovas
Alcáçovas é uma vila constituída por casas de traça rural pintadas de branco com faixas azuis que envolvem portas e janelas, situada na imensa região do Alentejo, mais uma das pouco conhecidas e esquecidas, pertence ao município de Viana do Alentejo. 
É uma vila muito antiga com um bonito centro histórico com muitos pontos de interesse, está situada num antigo itinerário romano, é dona de um vasto património cultural e histórico. Muito interessante é o Museu dos Chocalhos, que retrata um dos principais produtos feitos na freguesia desde tempos remotos.
Em Alcáçovas situa-se o Monte do Sobral, um local secreto de reunião dos Capitães de Abril, nas vésperas da Revolução Portuguesa de Abril de 1974.


A Igreja Matriz do Salvador de Alcáçovas, é uma igreja do século XVI classificada como Imóvel de Interesse Público. O seu edifício do estilo templo-salão é um excelente exemplar da convivência entre o Renascentista e o Barroco.

                          Centro da vila com o edifício da Junta de Freguesia

    Capela de Nossa Senhora da Conceição conhecida por “Capela das Conchas
7 Km depois da saída de Alcáçovas, deixamos para trás o distrito de Évora e entramos no de Setúbal, e mais 6 km chegamos ao Torrão.
Torrão
A vila do Torrão é segunda maior freguesia do País, fica situada a 35 km de Alcácer do Sal, a 45 km de Évora e a 87 km de Setúbal, a principal acessibilidade é a EN-2, que passa melo meia da vila e faz a ligação a Montemor-o-Novo e Ferreira do Alentejo.
Situada na margem direita do rio Xarrama (afluente do rio Sado), entre o Alto Alentejo e o Baixo Alentejo, a origem do nome origem do nome, Torrão, vem de torrejam, que significa “torre grande”. Conta com um grande passado histórico sendo um povoado do período Neolítico. Foi zona de alguma importância no período dos romanos e esteve também sobre a influência árabe. A libertação deste domínio deu-se em 1217 (quando Alcácer do Sal também foi libertada) e Torrão foi então doado à Ordem de Santiago.

Praça Bernardim Ribeiro, o centro da vila de Torrão com os pormenores da paragem de autocarro com antiga sinalética, do tradicional e antigo marco de correio a par com o moderno correio azul, tudo muito bem cuidado e pintado e todos juntos na porta do edifício da junta de freguesia.

Depois do Torrão entramos em grandes planícies de Sobreiro e várias suiniculturas de porco preto criado livremente em montados.
Fantástico todo o contraste paisagístico que o nosso olhar registou desde as vinhas do Alto Douro até ás planícies de Sobreiro do Alentejo.
Este troço entre Torrão e Odivelas já meu conhecido, dois anos atrás ainda com o pavimento empedrado, agora apresentava já um tapete betuminoso que convida a velocidades mais elevadas que o anterior.



11 Km depois de Torrão, deixamos para trás o distrito de Setúbal onde apenas se circula durante 17 km, e entramos no distrito de Beja, a partir deste ponto percorremos 19 km e estamos em Ferreira do Alentejo.

Ferreira do Alentejo
Vila Alentejana, sede de concelho, situa-se numa zona onde a típica planície começa a registar pequenas ondulações e a adquirir altitude, Ferreira do Alentejo conta com uma história rica e interessante, com vestígios nos seus domínios da ocupação Visigótica e Romana.
 O Património edificado de Ferreira do Alentejo é bem interessante, com uma forte componente religiosa, incluindo a Igreja Matriz (do século XVI), as Igrejas de Nossa Senhora da Conceição (que possui uma imagem da padroeira que acompanhou Vasco da Gama na descoberta do caminho marítimo para a Índia e azulejos únicos do século XVII) e a da Misericórdia (do século XVI, ostentando o bonito pórtico Manuelino da demolida Capela do Espírito Santo), a Capela do Calvário, ou a Capela de Santa Maria Madalena.
Algumas casas senhoriais e palacetes também são dignos de registo.
                                    
Praça Dias Ferreira no centro da Vila

Escultura de um Ferro de Engomar, num jardim da vila de Ferreira do Alentejo “representa não só o nome do Jardim onde está edificado mas, também, a força da mulher e das profissões, contestando e revendo preconceitos e limitações que foram impostas às mulheres ao longo dos anos".

Capela do Calvário, templo de arquitetura única, pela sua forma circular e cobertura em formato de campânula encimada por um lanternim. Edificado no século XVI e também dedicados a Santa Maria Madalena, a sua localização originária situava-se na Rua do Calvário. As pedras salientes evocam o sofrimento de Cristo no Calvário ou, segundo outras opiniões, as pedras que Jesus impediu que fossem atiradas a Maria Madalena.
8 Km depois de Ferreira do Alentejo e 4 km antes de Ervidel, passamos pelo km 600 da EN-2, faltam 137 km para o seu término na cidade de Faro.

Ervidel








Ervidel, freguesia do concelho de Aljustrel, está localizada junto á Barragem do Roxo, cuja ribeira é um dos afluentes do Rio Sado e a EN-2 passa junto á vila.
Na atividade económica predomina a pecuária e a agricultura com a vinha, olival e cereais. Do seu património destaca-se a Ermida de S. Pedro, Igreja matriz, moinhos de vento, adegas típicas, lagar de azeite e as típicas chaminés da região.
Edifício da junta de freguesia

Edifício da antiga Escola Coronel Mourão, designada na época por Instrução Primária e Elementar Agrícola



Edifícios de traça rural onde está instalado o  Museu Rural e salão de festas e o centro cultural de Ervidel


Curiosidades na sinalética de trânsito em Ervidel


Antiga estação de serviço com a traça arquitetónica dos anos 1960, ainda em atividade e modernizada com as bombas de gasolina atuais.
Noutros tempos estas estações de serviço que não abundavam como agora funcionavam como que um oásis para os que faziam grandes viagens, onde o viajante descansava, e comia umas sandes de ovo mexido ou torresmos acompanhada por um tinto que saia diretamente do garrafão de 5l empalhado e com rótulo de papel, diretamente para o copo com aquela habilidade característica da época de apoiar o garrafão no ombro.
Para as populações locais eram o elo com o resto do país, onde se ia ao telefone público se deixava e trazia recados, se levantava e depositava o correio, sendo na maioria das vezes como que o ponto de encontro local.
Por tudo isto faz parte da história e como tal devia ser preservado, entendo talvez com uma certa nostalgia, que uma estação de serviço desta natureza numa estrada património, devia manter bombas de gasolina atuais sim! Mas com réplicas das antigas bombas de gasolina dos anos sessenta para lhe dar aquele charme do passado.
Está localizada no sentido norte/sul após a primeira entrada de Ervidel.
Parque Vicente Anes

7 Km depois de Ervidel, encontramos o Parque Vicente Anes junto ao cruzamento de Corte Vicente Anes, são antigas instalações das casas de cantoneiros e parque de estacionamento com zona de merendas da extinta Junta Autónoma das Estradas, datam de 1941 e apresenta ares de ter sido reabilitado.


Este troço de 14 km entre Ervidel e Aljustrel, faz uma interrupção nas longas retas da planície Alentejana e apresenta um traçado com algumas pequenas elevações e curvas de condução agradável para quebrar a monotonia.


Como era hora do lanche, deu muito jeito o local, foi efetuada uma pausa e a lancheira saiu da bagageira.

                                       Aljustrel

Aljustrel é uma  das mais antigas povoações de Portugal. Duas colinas, um vale, casario em socalcos, paisagem a perder de vista e um passado milenar.
Estamos no coração do Baixo Alentejo e o forasteiro que aqui se desloca, olha à sua volta e deslumbra-se com a vastidão dos campos.
Antiga cidade romana Vipasca, denominada Al-lustre pelos árabes, aos quais foi conquistada, em 1234, no reinado de D. Sancho II, por D. Paio Peres Correia e os Cavaleiros da Ordem de Santiago de Espada. Como recompensa, o monarca fez-lhes doação desta praça e uma vastíssima área, a qual viria a ser confirmada por D. Afonso III, que deu a Aljustrel, em 16 de Janeiro de 1252, o Primeiro Foral. Posteriormente, D. Manuel I, concedeu Foral Novo a esta vila, em 20 de Setembro de 1510.
Nos últimos dois séculos, a atividade mineira envolveu completamente toda esta região, moldando-lhe os hábitos e as tradições, ditando-lhe a maior ou menor grandeza do ganha pão, o bulício do dia a dia.
Conhecida desde tempos imemoriais pelas suas jazidas minerais, não há certezas quanto à época em que estas terão começado a ser sistematicamente exploradas. Contudo, as diversas ocupações aqui existentes, desde a idade do Cobre, apontam para que a exploração tenha começado, de forma incipiente, 3.000 anos antes de Cristo.
É com a ocupação romana entre os séculos I e IV d.C. que se inicia a exploração em larga escala do minério, que era fundido no local e posteriormente transportado para Roma.
Após a ocupação romana, estas minas deixaram de ser exploradas intensivamente, tendo sido retomada, a atividade mineira em larga escala, em 1849. Até aos nossos dias passou por sucessivos altos e baixos, representando as décadas de 60/80 o último grande pico da atividade. Temporariamente desativada, em 1993, passa até aos dias de hoje com uma história de encerramentos, despedimentos reaberturas, reestruturações, estando a laborar aquém do que já foi e com apenas 400 mineiros, menos de metade do teve noutros tempos.


Castro Verde
A entrada em Castro verde marca a passagem do km 639, embora exista uma variante do IP2 em Castro Verde, a velha EN-2 embora sem referências passa pelo centro da vila pela Av. General Humberto Delgado e Rua D’ Aljustrel.


Castro Verde, é uma histórica vila Alentejana de essência maioritariamente rural que se tem mantido ao longo dos séculos, é sede de concelho, e está situada no coração do chamado “Campo Branco”, por entre as planícies do Alentejo que encostam à serra do Caldeirão.
A ocupação Romana foi deveras importante para a região devido à proximidade do porto fluvial de Mértola e às minas de Aljustrel
Foi perto da vila de Castro Verde que, em 1139, se travou a lendária Batalha de Ourique, quando Dom Afonso Henriques derrotou os mouros e se tornou o primeiro Rei de Portugal.
Dos seus monumentos destacam-se a Basílica Real ou Igreja Matriz do século XVI, a Igreja das Chagas do Salvador (século. XVII) e a Capela da Misericórdia
Vale a pena conhecer o interessante Museu da Lucerna com um importante espólio Romano.




A Basílica Real de Castro Verde é um templo imponente que marca de forma bem visível o núcleo urbano da vila de Castro Verde.
O altar mor da Basílica é revestido a talha dourada e o interior coberto por riquíssimos painéis de azulejos do século XVIll Possui um relógio de grandes dimensões, com casa de pesos e de máquina, datado de 1875. De destacar, o conjunto de sinos existentes nas diferentes torres.
6º Etapa 96 km Castro Verde – Faro
Percurso: Castro Verde – Almodôvar – Dogueno – Ameixial – Cortelha – Barranco do Velho – São Brás do Alportel - Faro
Ultima etapa desta odisseia, este troço até Faro já era conhecido, mas efetuado de seguida, iria fazê-lo desta vez integrado no espirito de percorrer a EN-2, registando todos os pormenores.
Km 650, está localizado 12 km antes de Almodôvar
Almodôvar
A vila de Almodôvar, sede de concelho, situa-se no Baixo Alentejo, entre a Serra do Caldeirão e a dourada planície alentejana, marcando a transição entre o Alentejo e o Algarve.
Com características maioritariamente agrícolas, toda a região do Município de Almodôvar produz principalmente cortiça, mel, queijo de cabra e aguardente de medronho silvestre.
Almodôvar é uma vila caracteristicamente alentejana, pacata, histórica e tradicional, marcada pela típica calmaria desta região.
A Igreja Matriz, do século XVIII, é o mais imponente monumento, na simplicidade das suas colunas toscanas, na riqueza dos altares laterais e na sumptuosidade do altar-mor, mandado construir por D. João V.
Em Almodôvar existiu a primeira espécie de Universidade de Teologia no Sul de Portugal, que funcionou no Convento de S. Francisco, do século XVII.
A cultura e a sua perpetuação são importantes em Almodôvar pelo que foi criado o Museu da Escrita do Sudoeste de Almodôvar.



Na entrada de Almodôvar o marco indica o Km 661,8

O Edifício do mercado municipal de Almodôvar data do seculo XX, e é inspirado no estilo Art Deco.. Na imagem pouco alterada do seu exterior sobressaem os três imponentes pórticos de entrada com as portadas em ferro de design geométrico muito característicos de Art Déco e os painéis de azulejos de 1936 alusivos a temas da vida do campo....


                             Centro da Vila com o casario típico azul e branco


Antigas sinalizações em betão pintadas e as modernas em chapa galvanizada.
Almodôvar está num eixo rodoviário com cruzamento de vias entre Sul / Norte e Este / Oeste.
Neste ponto de Almodôvar existem três opções virar á direita para a A22, seguir em frente pela EN-2 para o Algarve, ou virar à esquerda para Mértola e ai existe um percurso junto ao rio Guadiana por Alcoutim, Guerreiros do Rio, Odeleite, Castro Marim terminando em Vila Real de Santo António.


Estrada Património
O troço seguinte entre Almodôvar e São Brás de Alportel numa extinção de 58 km foi classificado em 2003,como Estrada Património como reconhecimento pelo valor desta via e pelo riquíssimo património que a envolve, tendo para o efeito lhe serem sido feitas de obras de restauro que lhe respeitaram o estilo e lhe dão um ar de estrada antiga.
Tudo foi cuidadosamente reconstruído para restaurar o ambiente, sinalização, equipamentos e características da época de sua construção: na década de 1930. Tudo foi recuperado desde casas de Cantoneiros, até os painéis com a quilometragem, as áreas de piquenique e, ainda, as proteções de curvas, com pilares de betão e cabos de aço, toda a sua sinalização antiga foi mantida, o pavimento levou um excelente tapete betuminoso
Este troço foi outrora muito concorrido, foi um dos principais acessos para o Algarve. Era conhecida como a estrada das 365 curvas, tantas como os dias do ano são as curvas entre Almodôvar e São Brás de Alportel que foi de piso empedrado até aos anos 1930
Atualmente e, apesar do excelente tapete de asfalto, este troço e as suas 365 curvas, não foram feitos para velocidades, mas o encandeamento das curvas proporciona um excelente prazer de condução aos amantes deste tipo de estradas.
Uma das histórias que a EN-2 tem para contar á a da sua contribuição para o desenvolvimento económico do Algarve e do país, uma história de gente que a calcorreou, que trabalhou duramente nela, como os cantoneiros que a esta estrada dedicaram a sua vida deixando lá as suas memórias, uma história de caixeiros-viajantes, camionistas, comerciantes, camponeses, operários fabris, e todos aqueles que se deslocavam para o Algarve simplesmente pelo prazer das praias e do sol.


A justiça feita e o painel com a indicação de Estrada Património na saída de Almodôvar

Km 666, o marco limpo e pintado como deveria ser com todos os outros ao longo dos 737 km

Primeiros vestígios da recuperação nesta área de descanso, tudo muito bem arranjado com aquele ar anos 60






Km 674,6 antiga casa de Cantoneiros devidamente restaurada e tratada


Passagem por Dogueno, pequena aldeia no caminho da EN-2

A Ponte sobre a ribeira do Vascão, marca a transição entre o distrito de Beja e o distrito de Faro, deixamos o Alentejo, entramos no Algarve mas a paisagem continua Alentejana.



Ameixial
21 km depois da saída de Almodôvar atravessamos a vila  Ameixial uma freguesia do concelho de Loulé da qual dista 50 km, é uma aldeia serrana que partilha a sua identidade também com o Alentejo.  Possui montados, abundantes colmeias e caracteriza-se pela sua ruralidade e por uma agricultura de subsistência, própria da Serra do Caldeirão, onde não falta também o artesanato local.
A  ovinicultura, caprinicultura e a apicultura caracterizam grande parte da sua área geográfica. Uma referência que distingue o Ameixial é, sem dúvida, o miradouro da Serra do Caldeirão que nos proporciona uma paisagem sem igual, bem como o tipicismo do casario que compõe a aldeia, um das mais típicas da região algarvia e até do país, onde anualmente se realizam diversas festas, mercados e uma feira.



Aqui a tradição ainda é o que era





Outos produtos locais vendidos diretamente do produtor ao consumidor


                                 

As velhas paragens de autocarro mantêm-se, como que testemunhas de terem visto serra acima, serra abaixo os velhos e pachorrentos autocarros Leyland,dos anos 1960 deixando uma nuvem de fumo preto a cada passagem.



Km 692,1 Outra casa de cantoneiros recuperada, cuja data de construção indica 1937, só que esta tem as portas e janelas entaipadas o que lhe retira o ar clássico



Mirador do Caldeirão
O Mirador do Caldeirão é o ponto mais alto da Serra do Caldeirão e proporciona uma vista de 360º sobre o Alentejo e o Algarve.





Os antigos rails de proteção preservados e conservados dando aquele ar de estrada antiga é uma constante neste troço.

                     
 Cortelha
Cortelha é uma aldeia situada em pleno coração da Serra do Caldeirão, localizada a cerca de 14 Km de Salir (sede de Freguesia) e 20 Km de Loulé (sede de Concelho). 
Estamos em pleno reino de cortiça confirmado pela forte presença de sobreiros, e a principal riqueza da região é precisamente a exploração da cortiça, considerada uma das melhores do mundo e à qual estão associadas as principais profissões das gentes locais, entre elas, a tiragem, o empilhamento e o comércio daquela matéria-prima. De realçar igualmente o medronho e o mel de rosmaninho que ao longo do tempo têm sido outros suportes económicos importantes da região.




Barranco do Velho
Barranco do Velho é um pequeno lugar rural situado na Serra do Caldeirão, no Barrocal Algarvio, onde o Algarve mostra uma faceta serrana, bem diferente da turística faceta de praias douradas de água cristalina, conhecida de todos.
Esta é uma zona de grande e antiga tradição corticeira, com a paisagem dominada por sobreiros, azinheiras e medronheiros a perder de vista, constituindo também a principal atividade das gentes da região.
No cimo do monte está a Igreja rústica, construída em 1944, com traços tipicamente Algarvios.
Barranco do Velho é também conhecido pela excelência da sua típica Aguardente de Medronho, que pode ser adquirida numa  loja de artesanato local, na aldeia.

Barranco de Velho está num cruzamento de vias de comunicação serranas do Barrocal Algarvio, a partir deste ponto podemos percorrer a serra Algarvia por estradas idênticas á EN-2. 
Para Barlavento num percurso de 140 km passando por: Querença, Salir, Benafim, Alte, São Bartolomeu de Messines, São Marcos da Serra, Alferce, Monchique e finalmente Aljezur na Costa Vicentina. 
No outro Sentido para Sotavento num percurso de 68 km passando por: Cachopo, Martim Longo, Pereiro e finalmente Alcoutim no rio Guadiana frente a Espanha.
Este é um Algarve Serrano tão perto do litoral mas distante e desconhecido que aconselho vivamente.

Casa de Cantoneiros de Barranco do Velho, com as informações quilométricas em painel de azulejos.

A paisagem aqui é cortada por anúncios de  refrigerantes antigos e já desaparecidos evocando um Algarve mítico, são painéis de Publicidade em azulejos dos refrigerantes Schweppes instalados em pontos estratégicos das estradas Algarvias a partir de 1968/1970.Muitos resistiram aos tempos e continuam nos mesmos locais.
A Schweppes, criada em 1873 em Inglaterra pelo alemão Johann Jacob Schweppe, é assim uma bebida com uma longa história, sendo considerada a marca mais antiga de refrigerantes a nível mundial



Passagem pelo lugar de Bicas da Serra

Outra marca que inundou as estradas de Portugal nos anos 1960/1970, com a publicidade em painéis de azulejo, e que também resistem ao passar dos tempos, foi a Mabor – Manufatura Nacional de Borracha, cuja fábrica começou a laborar em Famalicão em Abril de 1946, com a produção de pneus para viaturas pesadas, ligeiras e motos sob a marca de Mabor General.

São Brás de Alportel

São Brás de Alportel é uma pacata vila Algarvia, sede de concelho, situado entre a fertilidade dos solos do interior Algarvio e as muito frequentadas praias da zona costeira mais turística do País, caracterizada também pela indústria corticeira que aqui muito se tem desenvolvido ao longo dos tempos.
São Brás de Alportel encanta com a sua arquitetura tradicional, de casario branco com a típica chaminé rendilhada Algarvia, lado a lado com o antigo e o novo.
São Brás já seria uma importante povoação por alturas da ocupação Mourisca da região, tendo perdido algum do seu peso durante a idade média. Já no século XIX a localidade desenvolve-se fortemente devido às muitas plantações de sobreiros que incentivaram o desenvolvimento comercial e fizeram do município o maior produtor de cortiça do País. Contudo, devido à transferência da produção de cortiça para o interior e Norte do país, a cidade viu-se obrigada a diversificar a sua economia nas últimas décadas.
A vila orgulha-se do seu centro Histórico e do seu rico Património com monumentos como a Igreja Matriz construída sobre um anterior edifício do século XV mas reconstruída após o terramoto de 1755, e com posterior ampliação no século XIX; o Antigo Paço Episcopal construído nos séculos XVII e XVIII para os bispos do Algarve como local de refúgio dos calores de Verão,.
Muito interessante é o Museu Etnográfico do Trajo Algarvio e Casa da Cultura António Bentes, instalado num edifício senhorial de um Senhor da Cortiça do século XIX, albergando hoje em dia uma importante mostra dos trajos característicos do Algarve nos séculos XIX e XX, incluindo também um núcleo de escultura religiosa popular, veículos e instrumentos agrícolas da região e uma exposição dedicada à grande indústria corticeira.
Outros dos atrativos turísticos da região é a “Rota da Cortiça”, onde se pode conhecer melhor a influência desta importante indústria por toda a região.

Como Estrada Património, a EN-2 não tem merecido respeito, e tem sido muito estropiada, em algumas cidades e vilas como aqui em São Brás de Alportel, foi transformada em ruas de sentido único, as ruas Serpa Pinto e João Rosa Beatriz  com circulação apenas  no sentido Sul Norte, havendo uma circunvalação para contornar a vila e continuar na EN-2.
Ao longo de todo o trajeto há troços em muito mau estado e desprovidos de qualquer sinalização que  faça justiça ao seu passado histórico.

VW Carocha dos anos 1970 restaurado, um clássico estacionado em São Brás do Alportel, na rua Serpa Pinto, o antigo troço urbano da EN-2, nem de propósito, carro clássico com o final do troço igualmente clássico da EN-2 e considerado património.
Ouro sobre azul seria ter feito este percurso com um carro destes.


O fim da Linha
O km 737 marca o fim da linha, e tal como no início no km 0 em Chaves nada a fazer relevância que aqui termina a gloriosa EN-2, Inclusive estamos perante um marco sujo e torto, e segundo me disseram há alturas que as ervas o cobrem, e nem damos conta dele. A velha estrada Nacional 2, depois de percorrer o país de norte a sul pelo Douro património da humanidade, pela zona centro onde está a maior mancha de pinheiro bravo da Europa, pelas planícies do Alentejo, que já foram o celeiro de Portugal, pelas 365 curvas da serra do Caldeirão reino da cortiça portuguesa, termina assim sem glória e envergonhada, como se de um filho ilegítimo se tratasse.
Desemboca aqui num progresso que ela tanto contribuiu nos anos 1960/1970, mas um progresso que não é decididamente o seu, porque nestes tempos modernos foi defraudado por políticos corruptos, com construções horríveis que não são de modo nenhum aquele Algarve mítico que a publicidade da Schweppes anunciava anos atrás.
Pouco antes do Km 737, a A22, mais conhecida como via do Infante, construída para o desenvolvimento da região, mas agora com portagens, atravessa-se no caminho da EN-2 que lhe passa por baixo em silencio, mas como que murmurando para não se incomodarem com ela, termina sem glória mas não vendeu a alma ao diabo como os políticos que introduziram portagens na A22.


Faro  
Capital do Distrito de Faro, província do Algarve
Faro enquanto capital algarvia é o ponto de chegada e partida da grande maioria dos visitantes que chegam alem fronteiras através do Aeroporto Internacional de Faro.
Sede do Concelho, capital de Distrito, tem uma dinâmica que não se rege pela sazonalidade típica do Verão.
Tem um importante centro de comércio, hotelaria, restauração, escolas, transportes, todo um conjunto de infraestruturas que lhe conferem uma vida singular.
Dado o acentuado crescimento demográfico podemos dividir Faro em duas partes distintas, uma zona antiga que nos conta toda uma tradição de pesca e gentes que viviam do mar e uma mais recente, caracterizada por grandes espaços novos de habitação e recreio que surgiram para dar resposta a todo um crescimento populacional.
Para além de um grande legado histórico, possui um vasto leque de praias e ilhas, misturando o bulício de uma cidade cosmopolita e ao mesmo tempo consegue-se relaxar longe de toda esta atividade, frente a um oceano imenso, e com o bónus, de a maravilhosa Ria Formosa com todo o seu esplendor  se intrometer no meio.

Algumas imagens da EN-2 captadas com recurso a um suporte magnético de tejadilho podem ser vistas no youtube

http://youtu.be/48oAMdIeIFE
O Balanço final do prazer de ter feito a EN-2

Uma vez terminado este odisseia, que é formidável visto atravessarmos, dentro do país culturas, costumes tão distantes mas tão perto, o balanço é de ficarmos mais enriquecidos a todos os níveis. Porque esta viagem é mesmo uma epopeia cultural, uma forma de melhor conhecer o nosso povo e a nossa cultura bem como a diversidade da gastronomia, por vezes numa curta distância de 20 km, pensam e agem de maneiras diferentes.
As mudanças paisagísticas que vamos encontrando e que a cada dia vai mudando, as diferentes formas de agricultura, passando pelo gado com a vaca Mirandesa de Trás-os-Montes, a Charolesa do Ribatejo até à raça Alentejana de pelagem vermelha, das vinhas do Alto Douro passando pelos pinheiros da Sertã, pelos montados do Alentejo aos medronheiros da Serra Algarvia, somos um país pequeno, mas não é um país tão pequeno como parece, temos uma diversidade enorme, diversidade essa abandonada em muitos locais, tudo isto é possível! Basta-nos para isso optar pelas velhas estradas que ainda passam pelos centros das cidades e vilas e neste caso a experiência agradece  a magia da construção da fabulosa EN-2, pois de outra forma atravessaríamos o país por Auto estradas ou itinerários principais e não dávamos conta do que se passava mesmo ali ao lado.
 Pela EN-2 percorre-se dezenas de quilómetros sem se ver um único carro, é uma sensação formidável, por este percurso temos a sensação de voltar a um Portugal que nunca mais acaba, e ficamos com a noção real da riqueza que o país tem para dar, a tal riqueza que a Europa nos mandou abandonar a trocos de subsídios os quais estamos agora a pagar a pesada fatura pequeno.
 A EN-2 poderia ser agora uma rota turística de excelência, para uma semana de férias, até porque sai barato, por exemplo uma dormida numa residencial de estrada fica em 30.00 euros para duas pessoas, nas tascas populares pelas aldeias que se passa uma refeição farta para duas pessoas fica por 10.00 euros, depois há os parques de campismo para quem aprecia ou para quem é menos endinheirado! Sim poderia estar divulgado e ser uma ótima rota turística! Mas não é, ficam a ganhar os que se fazem ao caminho pela EN-2 e percorrem dezenas de quilómetros sem se cruzarem com um único carro, podemos associar esta odisseia aos "road movies" à liberdade e à ideia que não nos prendemos muito tempo num sítio.” O turista nunca sabe está esteve, o viajante nunca sabe onde vai parar” este é um lema que utilizo nas viagens que tenho efetuado, e já foram muitas pela Europa e fora dela assim de carro, sempre á descoberta e na maioria das vezes sem saber onde vou parar nesse dia.
Para conhecer outras regiões, outras culturas, outros modos de viver, não basta dizer que lá estivemos, mais do que estar é necessário compreender o seu passado histórico, cultural ou politico interagindo com as populações locais e partilhando o seu modo de vida, os que por exemplo visitam o Algarve com um pacote turístico de hotel e praia e ai ficam de barrida ao sol bebendo coca cola e comendo hambúrgueres, vão embora sem conhecer nada da nada, inclusive atravessam o Alentejo mas nunca lá pararam porque vão pelas vias principais.
Façam a EN-2 e sejam felizes.
Em algo que eu possa ajudar é só perguntarem.

www.youtube.com/user/jotalgarb

O meu canal do Youtube com alguns vídeos de alguns sítios por onde andei.

http://cubaaventura.blogspot.com

Um blogue onde descrevo 7000 km de várias viagens em Cuba

Como de Norte para Sul a EN-2 termina no Algarve e como sou Algarvio, acrescentei mais umas notas da região bem como fotos.

A província do Algarve
O Algarve, região mais a Sul de Portugal Continental, fazendo fronteira com a região do Alentejo, a norte e a sul com o Oceano Atlântico.
Apesar dos atropelos urbanisticos feitos na zona costeira do Algarve, a sua extensa costa é, de grande beleza com mares navegáveis, areia fina e dourada e excelentes condições de veraneio com praias soberbas, é, por excelência, a região turística do País, contando igualmente com um vasto Património histórico, cultural e artístico.
Historicamente, o Algarve foi a última região a ser conquistada aos Mouros e a fazer parte do Reino de Portugal corria  o ano 1292. As influências Mouriscas são visíveis por toda a região, até, o próprio nome Algarve é de origem Muçulmana, vindo do termo "al-Gharb al-Ândalus" nome dado ao atual Algarve e baixo Alentejo, significando "Andaluz Ocidental", já que esta era a parte ocidental da Andaluzia muçulmana, o mais importante centro Muçulmano da época da "Hispânia Islâmica", centro islâmico da cultura, ciência e tecnologia. A arquitetura típica do Algarve, alva, com terraços e chaminés tipicamente Mouriscos, as amendoeiras, laranjeiras e outras árvores de fruto que pelos campos algarvios se multiplicam, assim como vários topónimos, são também heranças mouras que se ficaram na região durante os séculos.
A proximidade com o norte de África faz-se sentir no tempo mais quente e agradável, e as serras situadas no norte da região abrigam a costa algarvia dos fortes ventos, fazendo desta região ponto privilegiado de férias.
Tendo sofrido um grande desenvolvimento turístico nas últimas décadas, sendo parte dele autentico atentado urbanístico, depõe hoje em dia das mais variadas infraestruturas, e serviços para todos os gostos e bolsos.
A Gastronomia Algarvia baseia-se em antigas tradições e produtos, não obstante, a oferta de Restauração é muito variada e internacional, de modo a ir ao encontro de todas as culturas e nacionalidades que a visitam.
Nos produtos tradicionais, destacam-se todos os pratos de peixe e marisco desta saborosa costa, mas igualmente carnes de porco (a conhecida “Carne de Porco à Algarvia), cozidos de grão e de couve, e pastelaria baseada sobretudo em ovos e frutos secos, como a amêndoa ou o figo, com os seus tão conhecidos D. Rodrigo de Lagos, aos pastéis de gema de ovos, de massa de amêndoa e de caramelo de Tavira.
                            
 Fotos do Algarve

Fotos do Litoral Algarvio, ainda preservado da explosão urbanística, um litoral que apesar de todos os estragos que lhe causaram, ainda tem muitos recantos lindíssimos, a ordem da seleção de fotos inseridas é  de Barlavento para Sotavento começando em Odeceixe junto ao limite do Algarve com o Alentejo e termina no Rio Guadiana em Alcoutim, na fronteira com Espanha.

Odeceixe

Aljezur, Praia da Amoreira

Arrifana

Vila do Bispo, Praia da Carrapateira

Vila do Bispo, Praia do Castelejo

Salema

Sagres

Raposeira, Praia da Ingrina

  Lagos



 Recantos de Lagos


Ria de Alvor

 Alvor, Prainha

                                                      Portimão, Rio Arade

Silves, Rio Arade

                                                           Ferragudo, a vila

                                                      Ferragudo, a praia

                                                     Costa de Carvoeiro

                                          Albufeira, Praia de São Rafael

                           Faro, partida para as ilhas da Ria Formosa

Ilha de Santa Maria, na Ria Formosa

Ilha de Tavira, Praia do Barril

Tavira, Pego do Inferno

Cabanas de Tavira

Cacela Velha

Alcoutim, Rio Guadiana
Gastronomia do Algarve
Moça marafada com trajo típico do Algarve, vendendo produtos regionais no mercado semanal de Loulé
Laranjas de Silves

Peixe fresco no mercado

Chocos  e Lulas da costa, provenientes de pesca artesanal

Amanhar o peixe


O bom peixe grelhado

A boa Caldeirada Algarvia

Moreia frita depois de seca

Lulas recheadas, ainda a cozinhar no tacho

Polvo de azeite e vinagre

  Xerém com coquilhas


Berbigão da ria Formosa

Camarão fresco da costa

 Batata-doce assada, de Aljezur
Pastéis de batata-doce

Bolos Dom Rodrigo e o típico doce de amêndoa

Bolos típicos de amêndoa, pura arte doce

Doce de figo e amêndoa